segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Caminhada

Sempre lhe avisaram, para ter cuidado ao atravessar a vida.
Como de costume não deu ouvidos e perdeu-se no ponto de partida.
Agora caminha em circulos, sem rumo, sem norte.
Apenas caminha, para o tempo passar, para a vida passar, entregue a sua propria sorte.
Sobe montanhas, desce vales, mas nunca sabe quando parar.
Passos longos, rápidos, precisos e firmes ao tocar o chão.
Caminha com tanto afinco, mas para qual direção?
Caminha de dia e de noite, nunca para?
Quem sabe caminhar seja a única saída para quem de si se esqueceu.
Para quem em vida, vive a morte.
Mas para a morte nem nasceu.
Não sente fome, nem sede?
Com roupas sujas, trafega entre seus semelhantes.
Que o ignoram, pois não o reconhecem como gente.
Não tem idêntidade, nem rosto, nada tem.
Somente seus passos que o levam para onde quer.
Será essa a almejada liberdade?
Andar em círculos, por não ter a que se "prender".
Não ter familia, amigos, nada.
Apenas um par de tênis velhos e rasgados, para amortecer seus pés ja calejados pela triste caminhada na vida.
E assim ele segue seu caminho, entre prédios e construções.
Mostrando a qualquer um que enchergue, que a vida é feita de ilusões.

Vanessa Araújo. 

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